A gíria lá ele significa “sai fora, eu não”. É utilizada para evitar se comprometer, principalmente em brincadeiras de duplo sentido.
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Afinal, quem tem um amigo zoeiro que gosta de usar expressões de duplo sentido tem que se previnir, não é mesmo?
Podemos ouvir essa expressão a todo momento em Salvador (acho que essa galera está muito desconfiada hein). Geralmente, em situações de brincadeira entre amigos, então em Salvador, temos um prato cheio pra isso.
Um exemplo engraçado é que baianos (geralmente homens) evitam palavras com final “u” e substituem a letra por “ives”, então “Cajú” é “Cajivis”. Então, quando alguém esquece disso, pode ser um momento oportuno pra falar “lá ele”.
Outra situação que a expressão tem uso comum, é quando se fala de assombração ou até mesmo de morte. Afinal, quem quer bater de frente com uma criatura querendo te levar pra outra dimensão? Lá ele!
Aliás, na Netflix, existe um filme chamado “Ele está lá fora“, lançado em 2018. Certamente, se o título fosse dado por um baiano, o filme se chamaria “Lá ele“.
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Origem da gíria lá ele
A origem exata da expressão não é totalmente clara, mas existem algumas hipóteses:
- Expressão religiosa ou popular do passado
- Algumas pessoas acreditam que “lá ele” pode ter surgido de uma forma antiga de distanciar-se de algo indesejado, como um tipo de superstição verbal, algo como dizer “Deus me livre” ou “credo”.
- Evolução do falar baiano e nordestino
- No Nordeste, muitas expressões são criadas ou adaptadas para evitar dizer diretamente algo que possa soar comprometedor. Assim, “lá ele” passou a significar “isso não tem nada a ver comigo”, mantendo um tom engraçado e descontraído.
- Influência do humor e da cultura de rua
- A gíria se fortaleceu na cultura popular, principalmente no pagode baiano e em memes da internet, onde se tornou ainda mais famosa. Hoje, podemos ouvir a gíria em muitos lugares do Brasil, mesmo fora da Bahia.
Exemplos de uso da gíria lá ele
“Véi, certamente você tem dado em casa né?” “Lá ele!”
“Em buraco de paca, tatu caminha dentro?” “Lá ele!”
“Vou pegar aquele cajú ali.” “Lá ele… cajú não, cajívis!”
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